“Entrelinhas” celebra a leitura como compartilhamento de afetos e fortalecimento de vínculos

Abrir um livro e receber um mundo. E Fortaleza tem novidade: o Projeto Entrelinhas, coordenado pela escritora e também psicóloga Dauana Vale, chega na cidade com proposta criativa de incentivo à leitura compartilhada em família, de apresentar o livro como instrumento de fortalecimento dos vínculos afetivos. E, no mês do Livro Infantil (18 de abril), o “Entrelinhas” celebra essa leitura como compartilhamento de afetos e vínculos. O projeto conta com a realização de diversas atividades, de acompanhamento individual e em grupo, com palestras e oficinas.

Uma das ações, destinada a grupos e escolas, é a palestra “Ler histórias em família: laços pra toda a vida”. Uma fala com a escritora Dauana Vale, sobre a experiência da leitura compartilhada em família, ressaltando ganhos e obstáculos, ilustrada pela exibição do documentário “Para cada pessoa, um livro”, produzido especialmente para o Entrelinhas. No vídeo, quatro famílias compartilham suas experiências de leitura. Os entrevistados falam sobre as dificuldades e estratégias que encontram para lerem juntos. Ao final, propomos um debate, momento em que o público compartilha dúvidas e outras experiências em torno do ato de ler em família. Outra atividade é a oficina: “Colando Entrelinhas”, em parceria com a artista visual Deborah Meira. Trata-se de uma conversa sobre a diversidade dos títulos da literatura infantil, com manuseio de vários exemplares, explorando desde o projeto gráfico à leitura de imagens.

“Quando paro para ler com a minha filha, Malu, cinco anos, diz respeito a um desejo de estar com ela. Estar atentamente ao seu lado. Observá-la sem a pressa do relógio. Sem o alerta de mensagens do smartphone. Nos finais de semana isso pode acontecer após o almoço, ou entre uma brincadeira e outra. Durante a semana lemos juntas à noite, antes de dormir. Há um ritual: escovar os dentes, pôr o pijama, escolher um livro. Desde bebê é assim. Na maioria das vezes ela escolhe o livro. Nos aninhamos na cama, nos abraçamos, trocamos confidências. Pego o livro, ligo a luminária que transforma o ambiente em nosso mundo. Aqui em casa, é  um dos momentos mais ricos em se tratando aproximação, afetividade e construção de memórias. Sinto que estamos trilhando uma jornada, que é a vida, cada vez mais fortes e mais cúmplices”, afirma Dauana Vale.

O projeto “Entrelinhas” tem como objetivo ouvir as famílias, dividir experiências com a leitura compartilhada e criarmos alternativas possíveis para a priorização do ato de ler junto, acreditando que a leitura em voz alta de um livro pode aproximar as pessoas e potencializar as relações afetivas. Um ensaio sobre cumplicidade e respeito.

“Gosto de contar histórias para Malu. Isso vem da minha mãe,  vem dos meus avós maternos, vem de muito longe. Ler para mim é necessário porque a vida, por si só, não é suficiente. A fantasia é parte constitutiva de um sujeito. Ceder arte ao imaginário é fortalecer a maneira como lido com a realidade. Por que, no real é tudo muito cru, compactado, mensurado, boleto, gasolina, produção. E como escapamos a tanta pressão? Quem não gosta de ouvir histórias? As crianças adoram. Para elas, ler é uma brincadeira. Para nós, pode ser também”, completa Dauana Vale.

SAIBA MAIS - O dia 18 de abril foi escolhido como Dia Nacional do Livro Infantil por ser a data do nascimento de Monteiro Lobato, importantíssimo nome da literatura infantil brasileira. Esta data foi oficializada a partir Lei nº 10.402, de 8 de janeiro 2002.

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